Quando a ficção espelha uma realidade que precisamos enfrentar

29 de setembro de 2025

Na última terça-feira, 23, em Dona de Mim, a trama chocou ao mostrar Kami (interpretada por Giovanna Lancellotti) sendo vítima de violência sexual perpetrada por um stalker. A cena não tem exploração explícita, mas o impacto foi forte: roupa rasgada, sangue, o choque emocional, o desespero, a reação de vergonha e culpa. 


Esse episódio, interpretado e narrado com muita delicadeza, nos leva a uma reflexão urgente. São muitas mulheres que passam por abusos parecidos, muitas vezes gerando danos que se estendem por muito tempo. Sejam por um stalker, por alguém conhecido, ou até familiar, a violência sexual deixa marcas que vão muito além do corpo: trauma, culpa, vergonha, medo. Kamila representa todas essas mulheres.


Denunciar é um dos passos mais difíceis, mas também um dos mais decisivos. Na novela, Kami busca ajuda: dialogue com amigos, confesse o ocorrido, vá à delegacia — ações que resgatam parte do poder que a violência tenta roubar. Denunciar não é apenas responsabilizar quem errou, é também dizer para si mesma: “eu mereço justiça, eu mereço proteção”.

Mas a denúncia é apenas parte do caminho. Depois do crime, é preciso acolhimento psicológico e emocional. Terapia de apoio, grupos de escuta, redes de solidariedade. A exemplo do que Giovanna relatou sobre os bastidores: o peso das emoções no set, o cuidado da produção, a necessidade de preparar a cena para evitar revitimizações. É isso que deve existir também na vida real: estruturas que acolham, compreendam, respeitem o tempo de cada mulher para reagir, para aceitar ajuda, para se reerguer.


Também é fundamental que o sistema de justiça funcione com empatia. Que a vítima seja escutada de forma humana, que sua palavra seja respeitada, que haja sigilo, que o atendimento seja seguro. Porque, sem isso, a denúncia pode se tornar uma segunda violência.


Se você viveu algo parecido, ou conhece alguém que vive, a mensagem de Dona de Mim serve como alerta e como convite: você não está sozinha. Buscar ajuda não é fraqueza, é coragem.


Ligue 180, Delegacia da Mulher, serviços de saúde mental, ONGs que trabalham com atendimento às vítimas. Esses são caminhos reais.



Aline Teixeira

19 de novembro de 2025
A palavra esperança tem sido tão usada que, às vezes, parece ter perdido o peso. Mas, no fundo, ela ainda é o que move as pessoas. Porque acreditar, mesmo quando tudo parece desabar, é uma das formas mais bonitas de lutar. Mas é preciso entender: esperança não é esperar. Esperança é agir. É verbo. É construir, passo a passo, o que ainda não existe. É o que faz uma professora continuar ensinando, mesmo sem estrutura. É o que leva uma enfermeira a cuidar, mesmo sem descanso. É o que mantém tantas mulheres firmes, mesmo cansadas, acreditando que vale a pena continuar. O Brasil tem vivido tempos difíceis. Crises políticas, desigualdades, desinformação, violência. É fácil se desesperar. Mas é justamente nesse cenário que a esperança se torna mais urgente, não como sentimento ingênuo, mas como força política. Esperar passivamente é o que nos mantém presos. Esperançar, como dizia Paulo Freire, é o que transforma. É olhar para a realidade sem negar a dor, mas sem desistir da mudança. É acreditar que o país pode ser melhor e trabalhar por isso, mesmo que o caminho seja longo. A esperança verdadeira é coletiva. Ela nasce quando as pessoas se unem, quando reconhecem que os problemas não são individuais, mas sociais. É nas pequenas ações — na solidariedade, na escuta, na cobrança por políticas públicas — que a mudança começa a acontecer. Não dá mais para viver no desânimo. A descrença é o combustível da indiferença. E um país indiferente é um país sem futuro. Precisamos recuperar a capacidade de sonhar, mas também de agir. Acreditar é importante, mas transformar é essencial. Sou Aline Teixeira, e acredito que a esperança é o que nos mantém de pé, mas é a ação que nos faz caminhar.  Se você também acredita, me acompanhe nas redes sociais @alineteixeira.oficial.
12 de novembro de 2025
A gente passa boa parte da vida tentando atender às expectativas — as dos outros e as nossas também. Desde cedo, aprendemos o que “deveríamos” ser: bons filhos, bons profissionais, boas companhias, boas mães, bons exemplos. Crescemos com listas invisíveis de tudo o que precisamos cumprir para sermos aceitos. E, no meio disso, acabamos esquecendo de perguntar o que, de fato, faz sentido pra gente. As expectativas são como uma mochila que vai enchendo aos poucos. Às vezes, nem percebemos o peso. São comentários sutis como “você podia estar em outro cargo”, “essa idade já era pra ter casado”, “você ainda não tem filhos?” que, somados, se transformam em cobranças. E quando não atendemos, vem a culpa. Vivemos em um tempo em que a comparação é constante. As redes sociais amplificam a sensação de que estamos sempre atrasados, sempre devendo algo. Mas ninguém posta o medo, a dúvida ou o dia em que não deu conta. O que vemos é um recorte bonito de vidas que, no fundo, também carregam seus próprios vazios. A verdade é que nenhuma vida real cabe dentro das expectativas alheias. Quando tentamos corresponder a todas, perdemos o que nos faz únicos. A busca por aprovação é um ciclo sem fim, porque quem exige que você seja perfeito nunca vai se contentar com o que é humano. Talvez o verdadeiro amadurecimento esteja em aceitar que não dá pra agradar todo mundo. Que falhar faz parte. Que o sucesso tem significados diferentes para cada pessoa. Às vezes, o que parece pouco para o outro é exatamente o que te mantém em pé. Soltar as expectativas é se permitir viver com mais leveza. É dizer: “isso é o que eu posso agora, e tudo bem”. É reencontrar o prazer nas pequenas conquistas, sem precisar provar nada pra ninguém.  Sou Aline Teixeira, e acredito que a liberdade começa quando a gente entende que não nasceu pra caber em todas as expectativas, nasceu pra viver o que é verdadeiro. Se você também acredita, me acompanhe nas redes sociais @alineteixeira.oficial.