O peso invisível do cansaço emocional

24 de outubro de 2025

Vivemos um tempo em que o cansaço se tornou parte da paisagem. Todo mundo parece cansado: do trabalho, das notícias, das cobranças, de tentar dar conta de tudo. Mas há uma diferença importante entre estar cansado e estar esgotado. O cansaço passa com descanso; o esgotamento não. Ele vai se acumulando, devagar, até se transformar em um peso invisível, difícil de nomear, mas impossível de ignorar. 


Chamamos isso de cansaço emocional, e ele tem atingido cada vez mais pessoas, especialmente mulheres. Somos criadas para dar conta: do trabalho, da casa, da família, dos filhos, da estética, das metas. É uma rotina de exigências constantes que não permite pausa, e que transforma o autocuidado em luxo. Só que o corpo e a mente cobram a conta.


O cansaço emocional não aparece de um dia para o outro. Ele chega aos poucos: quando o sono já não descansa, quando o domingo já não traz alívio, quando o sorriso se torna mecânico. Ele se instala quando a vida vira uma sequência de obrigações, sem espaço para o prazer e para a leveza.


Precisamos lembrar que esgotamento não é fraqueza, é um pedido de socorro. É o corpo dizendo: “assim não dá mais”. E é nesse momento que precisamos ter coragem de parar, de pedir ajuda, de reorganizar as prioridades.


Cuidar da mente e das emoções é um ato de amor. Não um amor romântico, mas um amor por si mesmo, aquele que entende que o descanso também é sagrado. A pausa não é perda de tempo, é o que nos devolve o sentido.


Aprender a respeitar os próprios limites é um dos gestos mais bonitos de maturidade. Porque quem se escuta, se preserva. E quem se preserva, consegue continuar.


Sou Aline Teixeira, e acredito que reconhecer o próprio limite não é sinal de fraqueza, é o primeiro passo para viver de forma mais verdadeira e inteira. Se você também acredita, me acompanhe nas redes sociais @alineteixeira.oficial. 

17 de dezembro de 2025
O futuro de um país não começa no Palácio do Planalto. Começa nas creches. Nos primeiros anos de vida, quando uma criança aprende a andar, a falar, a confiar. É ali, no colo e no cuidado, que se formam as bases emocionais, cognitivas e sociais que acompanharão cada pessoa pelo resto da vida. Mas no Brasil, o acesso à educação infantil ainda é um privilégio. Em muitas cidades, mães esperam meses (às vezes anos) por uma vaga. E, enquanto isso, precisam escolher entre trabalhar ou cuidar dos filhos. É uma escolha cruel. A creche não é apenas um espaço para “deixar a criança” enquanto os pais trabalham. É um espaço de formação, de acolhimento, de desenvolvimento humano. Quando uma criança tem acesso a uma educação de qualidade desde cedo, ela cresce com mais autonomia, mais empatia e mais chance de romper o ciclo da pobreza. Garantir vagas em creches públicas é, portanto, uma decisão econômica e social, não apenas educacional. Cada vaga aberta é uma mulher que volta ao mercado de trabalho, é uma família com mais estabilidade financeira, é uma criança com mais oportunidade de aprender e crescer. Se quisermos um país mais justo, precisamos começar pelas crianças. É nas políticas para a primeira infância que se constrói o verdadeiro futuro, aquele que não depende de slogans, mas de ações concretas: creches acessíveis, professores valorizados, alimentação adequada e acompanhamento psicológico. O desenvolvimento de uma sociedade começa no colo. É ali que nascem a segurança, a confiança e a esperança. Sou Aline Teixeira, e acredito que cuidar das crianças é cuidar do país.  Se você também acredita, me acompanhe nas redes sociais @alineteixeira.oficial.
15 de dezembro de 2025
O colapso no transporte público de São Paulo — como o que vimos na Linha 11-Coral — não é apenas um problema técnico. É um problema social, econômico e de gênero. Sempre que um trem para, quando uma linha sofre panes, atrasos ou superlotação, o impacto recai de forma muito maior sobre as mulheres. Isso acontece porque elas dependem mais do transporte público, têm jornadas mais fragmentadas e lidam com responsabilidades que o sistema insiste em tratar como “assuntos privados”: levar e buscar filhos na escola, cuidar de idosos, trabalhar longe de casa e realizar tarefas que exigem múltiplos deslocamentos diários. Quando o trem quebra, não é apenas o horário de trabalho que se perde. É a vaga da creche que chega perto de ser cancelada. É a advertência no emprego, mesmo quando a culpa não é da trabalhadora. É a criança esperando mais tempo do que deveria. É a mulher voltando mais tarde, agora exposta a riscos maiores. Falhas de mobilidade urbana não afetam todo mundo da mesma maneira. Elas ampliam desigualdades — especialmente para quem já enfrenta dificuldades estruturais. Em vagões lotados, as mulheres são alvo fácil de assédio. Em estações sem segurança, correm risco de violência. Em trajetos noturnos, sentem medo legítimo. Falar de mobilidade, portanto, é falar de segurança pública, saúde mental, acesso ao trabalho e autonomia feminina. Um transporte eficiente reduz estresse, aumenta produtividade, diminui evasão escolar e protege vidas. Mas tudo isso só funciona quando o poder público enxerga a mobilidade como política essencial e não como gasto. Enquanto essas medidas não são tomadas, continuamos repetindo o mesmo ciclo: trabalhador atrasado, mãe sobrecarregada, usuárias expostas a risco e uma sensação generalizada de abandono.