Como desenvolver inteligência emocional em crianças

Falar sobre inteligência emocional nas escolas e nas famílias não é modismo, é necessidade.
Em um mundo acelerado, competitivo e repleto de estímulos, as crianças estão crescendo com uma carga emocional que muitas vezes nem sabem nomear. Aprender a lidar com sentimentos deveria ser parte da alfabetização, porque saber sentir é tão importante quanto saber ler e escrever.
A inteligência emocional é a capacidade de reconhecer, compreender e administrar as próprias emoções, além de perceber o que o outro sente.
É isso que sustenta o respeito, a empatia e o equilíbrio.
O problema é que, muitas vezes, tratamos as emoções das crianças como algo secundário, quando, na verdade, são a base de todo aprendizado.
Quantas vezes um adulto diz “não foi nada” diante do choro de uma criança? Ou “engole o choro” quando ela expressa frustração? Essas frases, aparentemente inofensivas, ensinam desde cedo que sentir é errado. E o resultado disso aparece mais tarde: jovens que não conseguem lidar com a raiva, adultos que não sabem pedir ajuda, profissionais que não conseguem ouvir críticas sem desmoronar.
Desenvolver inteligência emocional é um trabalho diário, que começa com escuta. Escutar de verdade. Perguntar “o que aconteceu?”, “como você se sente?”, “o que te deixaria melhor?”.
Quando uma criança se sente acolhida, ela aprende a confiar, e essa confiança é o primeiro passo para o autoconhecimento.
Outro ponto importante é dar nome às emoções.
Quando ajudamos uma criança a identificar que está com raiva, medo ou vergonha, estamos ensinando linguagem emocional. E quem aprende a nomear o que sente, aprende também a controlar e compreender o próprio comportamento.
A escola tem um papel fundamental nesse processo, mas ela precisa caminhar junto com as famílias. Professores sobrecarregados não podem ser os únicos responsáveis por esse desenvolvimento. É preciso investimento público, formação em educação socioemocional, espaços de escuta e acompanhamento psicológico.
A inteligência emocional não se ensina com apostila, mas com exemplo.
As crianças aprendem mais com o que observam do que com o que ouvem. Quando veem um adulto pedir desculpas, elas aprendem humildade. Quando veem alguém reconhecer um erro, aprendem responsabilidade. Quando veem o afeto, aprendem empatia.
Em um país onde tantas crianças crescem em ambientes de violência, pressa e falta de diálogo, desenvolver inteligência emocional é também um ato político. É garantir uma geração mais consciente, mais empática e menos adoecida.
Sou Aline Teixeira, e acredito que educar emocionalmente é o caminho para uma sociedade mais justa.
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